O desempenho da seleção da Inglaterra na estreia da Copa do Mundo parece ter surpreendido e chamado a atenção de muitos. A goleada de 6×2 no Irã foi construída com certa facilidade e apresentando um ótimo futebol. Ao longo desse post vamos tentar destrinchar alguns pontos chave do jogo dos ingleses:
1 – FORMAÇÃO:
O técnico Southgate desde o inicio do ciclo dirigindo a seleção se tornou conhecido por usar um esquema com 3 zagueiros e 2 alas na linha de defesa.
De maneira surpreendente para alguns, dessa vez a formação escolhida foi a tradicional com 4 defensores, 2 volantes, 3 meias/pontas e 1 centro-avante, como podemos ver na imagem abaixo.
Porém, na prática vimos algo assim dentro de campo:
Nas laterais, Trippier pela direita ofereceu apoio para Saka, mas não chegou tanto na linha de fundo, fazendo a construção mais vindo de trás. Pela esquerda, Shaw teve mais ofensividade e chegou mais na linha de fundo, como no lance do primeiro gol onde fez grande cruzamento para Bellingham cabecear.
No meio-campo, Rice jogou como o homem mais recuado, chegando bem próximo aos zagueiros para fazer a saída de bola e distribuição de jogo. Enquanto Bellingham teve muito mais liberdade para atacar, pisando muito na área (como no primeiro gol), e atuando quase que ao lado do Mount.
Ofensivamente vimos o centro-avante Harry Kane jogando de maneira bem parecido com a que atua no Tottenham, muitas vezes recuando para fazer o pivô, ou até mesmo a armação de jogadas para os pontas Saka e Sterling fazerem a infiltração.
2 – PARTE DEFENSIVA (OS VOLANTES E LATERAIS)
Na imagem acima, com apenas 10 segundos de jogo podemos ver claramente a diferença de posicionamento entre os dois volantes. Enquanto Rice ficou mais próximo da defesa para a saída de jogo, Bellingham já aparecia com mais liberdade para atacar.
Nessa outra imagem vemos a construção do primeiro gol. Enquanto Trippier (o número 2) permanece mais atrás para dar segurança defensiva, o outro lateral Luke Shaw aparece bem mais ofensivo na esquerda para chegar na linha de fundo e fazer o cruzamento para o gol. Observamos também que o primeiro volante Rice nem aparece na imagem por estar na defesa, enquanto Bellingham (o número 22) vai infiltrando na área para cabecear e abrir o placar.
Nesse outro momento de marcação pressão para cima do goleiro Pickford, vemos novamente Rice aparecendo para dar opção de passe para fazer a saída de bola de trás.
3 – PARTE OFENSIVA (KANE, SAKA E STERLING)
No lance do terceiro gol, observamos Bellingham e Mount jogando lado a lado com liberdade para atacar e destacamos principalmente o posicionamento de Harry Kane, o centro-avante que sai da área para recuar e fazer o pivô para a subida dos pontas Saka e Sterling chegarem vindo de trás como muita velocidade para atacar a defesa adversária.
A estratégia inglesa funcionou com maestria, graças a grande técnica e visão de jogo de Kane, que realizou duas assistências, e graças a agressividade e velocidade de Saka e Sterling, que acabaram por marcarem gols.
No fim, ressaltamos que a seleção do Irã talvez não seja parâmetro para medir a real força dos ingleses, graças a sua grande fragilidade demonstrada no jogo. Especialmente a defesa do Irã se mostrou muitas vezes perdida e errando posicionamentos bobos que outras seleções mais fortes não vão repetir.
De toda forma, independente do outro lado, o English Team empolgou devido a suas boas triangulações ofensivas e um sistema de ataque bem coeso. A dúvida fica sobre a formação: o conservador Southgate vai manter esse mesmo ofensivo time? Ou contra adversários mais fortes irá retornar com o esquema com 3 zagueiros que também já funcionou na Copa de 2018 e na Euro 2020? Vamos aguardar os próximos jogos.