A tão aguardada semi-final entre Brasil e Argentina não aconteceu, pois uma surpreendente Croácia apareceu no caminho dos brasileiros. A inesperada classificação croata nas quartas não pareceu ter surpreendido a seleção albiceleste nas semi-finais. Tentaremos analisar e identificar o que de diferente a Argentina fez e que deve ter faltado ao Brasil.
1 – FORMAÇÕES:
Enquanto os croatas mantiverem a mesma escalação do jogo anterior, a Argentina mais uma vez modificou sua escalação pensando em anular a equipe adversária. Após ver o meio-campo croata controlar o jogo contra o Brasil, o técnico Lionel Scaloni escalou o volante Paredes para tentar tirar a superioridade numérica croata no meio, oferecendo também mais marcação no setor.
Essa foi uma das diferenças entre Scaloni e Tite. O treinador brasileiro optou por não mudar a configuração do time, mesmo sendo nítida a fragilidade brasileira no meio-campo em comparação com o trio croata (para ler mais sobre isso, ver o post anterior), enquanto o argentino parece não ter nenhum receio de mudar a escalação de acordo com o adversário, mesmo que isso signifique tirar um atacante do nível de Angel Di Maria (bem verdade que o mesmo ainda não parece totalmente recuperado fisicamente, mas se fosse exigido imaginamos que ele provavelmente entraria em campo).
2 – ESTRATÉGIA DEFENSIVA:
Enquanto o Brasil buscou a maior parte do tempo pressionar a seleção croata, a Argentina parecia confortável em deixa-los com a posse de bola. Em quase toda a copa a Croácia jogou dessa maneira, com bastante posse no meio-campo, porém sem grande qualidade ofensiva para agredir no ataque. A Argentina nem se preocupou em desafiar essa característica, pelo contrário, parecia com uma estratégia bem definida de contra-atacar e aproveitar os erros croatas sem precisar subir tanto as linhas como fez o Brasil.
3 – ESTRATÉGIA OFENSIVA:
Apesar de em alguns momentos ter buscado trocar passes no meio-campo para tirar um pouco o ritmo do meio croata, a Argentina desde o inicio parecia bem disposta a contra-atacar a defesa adversária de maneira rápida e objetiva, especialmente aproveitando um explosivo Julian Alvarez. No primeiro gol vemos Alvarez sendo lançado em velocidade para contra-atacar os espaços da defesa croata, que por sinal, errou bastante nesse jogo. O atacante argentino aproveitou falha do zagueiro Lovren e sofreu o pênalti após atacar a meta de Livakovic com muita velocidade.
No segundo gol, algumas semelhanças: Alvarez novamente lançado em contra-ataque rápido aproveitando erro croata. A Croácia caiu na emboscada argentina.
4 – LIONEL MESSI:
Não tem como não falar DELE. O Brasil tem jogadores excepcionais, como Neymar, um dos mais talentosos da história de nosso futebol; ou Vinicius Junior, um dos melhores jogadores do mundo na atualidade; mas ninguém mais tem um jogador do nível de Lionel Messi. No terceiro gol o argentino bagunçou o ótimo zagueiro Gvardiol perto da linha de fundo, e mostrou que ainda é o principal fator que fez com que a Argentina estivesse em uma final de copa do mundo.